Notícia

João Eduardo Justi - Publicado em 16-02-2023 08:00
Comunidade acadêmica se reúne, através da arte, em busca de igualdade
Programação contou com apresentações culturais protagonizadas por pessoas trans (Imagem: Divulgação)
Programação contou com apresentações culturais protagonizadas por pessoas trans (Imagem: Divulgação)
Para celebrar o Dia Nacional da Visibilidade Trans (29/1), foi realizada, no dia 27 de janeiro, a 1ª Feira da Visibilidade Trans e Travesti da UFSCar. A programação do evento, protagonizado e produzido por pessoas trans, contou com apresentações culturais, muita música, dança, poesia e também com exposições.

A Feira foi promovida pelo Grupo de Trabalho (GT) Transformar, composto por estudantes trans, servidoras e servidores trans, e outras pessoas trans da comunidade universitária. O coletivo, que se caracteriza como espaço de acolhimento e articulação, tem levantado dados, realizado debates e ações em torno das demandas e das necessidades relacionadas à permanência estudantil e à promoção dos direitos e da saúde integral das pessoas trans.

"As pessoas trans são instrumentos potentes de criação em todas as áreas em que se inserem. É necessário que se desenvolvam políticas e ações que naturalizem a presença dessas pessoas. A Feira foi uma possibilidade de valorizá-las, estimulando as suas criações. São homens e mulheres trans e pessoas não-bináries construindo novas narrativas sobre nós, ocupando o palco com arte", afirma com Ângela Lopes, integrante do GT Transformar e uma das organizadoras da Feira.

O Brasil continua sendo o País que mais mata pessoas transgênero, transexuais e travestis do mundo. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 140 pessoas trans foram assassinadas em 2021. Além disso, a naturalização da marginalização dessa população é uma realidade nacional, com a grande parte de transexuais, transgêneros e travestis vivendo em condições de exclusão social, com pouco acesso a educação, saúde, emprego formal e políticas públicas que atendam às suas necessidades. De acordo com Lopes, a universidade pública pode contribuir para mudar essa realidade. "O acesso à educação é fundamental para resgatar a cidadania e a dignidade das pessoas trans e para que elas tenham a possibilidade de reescrever suas histórias, numa sociedade que as subjuga à condição de desumanidade. A UFSCar tem sido um espaço de acolhimento para aqueles que desejam construir novas perspectivas", completa.

A Feira da Visibilidade Trans e Travesti faz parte da campanha "Transformação", lançada pela UFSCar também no mês de janeiro. A campanha é composta por diferentes ações educativas e políticas de conscientização, além de iniciativas que dão visibilidade e protagonismo para as pessoas trans dentro da Universidade.

O evento, que aconteceu na Área de Convivência (Palquinho), no Campus São Carlos da UFSCar, reuniu dezenas de estudantes e servidores da Instituição, além do público externo. A realização teve o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE), da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE) e do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos da UFSCar (SintUFSCar). Saiba mais nesta edição do "Na Pauta - Notícia".