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Denise Britto - Publicado em 17-06-2021 10:00
Pesquisa convida alunas da UFSCar para investigar violência de gênero
Objetivo é verificar a viabilidade de intervenção psicossocial a universitárias (Foto: Pixabay)
Objetivo é verificar a viabilidade de intervenção psicossocial a universitárias (Foto: Pixabay)
Uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar está analisando a viabilidade de realizar uma intervenção online com alunas que tenham vivenciado algum tipo de violência no contexto universitário. Para isso, estão sendo convidadas estudantes universitárias da UFSCar para participarem do estudo.

A pesquisa intitulada "Intervenção psicossocial sobre violência de gênero voltada a estudantes universitárias: um estudo de viabilidade", é desenvolvida pela mestranda do PPGPsi, Maria Beatriz Reis Dionísio, orientada pela professora Sabrina Mazo D'Affonseca, do Departamento de Psicologia da UFSCar. 

Segundo a mestranda, a violência de gênero no contexto universitário se expressa de modo específico, em situações de violência sexual (tentativa de abuso enquanto sob efeito de álcool, toque sem consentimento, beijo forçado), assédio moral (humilhação por professores e alunos, ser xingada por rejeitar investida), assédio sexual (abordagem agressiva, cantada ofensiva, comentários com apelos sexuais indesejados), violência física, ameaças e desqualificação intelectual. Essas situações não se restringem às dependências físicas da universidade, podendo ocorrer em festas, repúblicas, trotes e qualquer outro espaço que pessoas vinculadas à instituição estejam reunidas. "No entanto, todas as situações evidenciam as estruturas de dominação dos homens para com as mulheres, que influenciam em práticas de violência e discriminação pelo gênero", analisa Maria Beatriz Dionísio.

"O tema desta pesquisa vem sendo estudado em sua maior parte internacionalmente, mas não pela inexistência desse tipo de violência nas universidades do nosso país; pelo contrário, pela falta de denúncias por conta das burocracias e obstáculos, pela escassez de investigações sobre a prevalência de casos, pela falta de promover ações que garantam a segurança e bem-estar das estudantes e pouca disseminação de informações a respeito", afirma a pesquisadora. 

A partir da coleta de dados nas entrevistas, a mestranda da UFSCar pretende desenvolver uma abordagem mais adequada com as mulheres que sofreram ou sofrem esse tipo de violência, por meio de uma intervenção psicossocial. Trata-se "de um processo que visa aumentar a capacidade de desenvolvimento do indivíduo. Ela permite que os indivíduos exerçam controle e poder sobre o seu ambiente individual e social. Logo, contribui para aumentar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, treinando e fornecendo ao indivíduo as ferramentas que lhe permitem enfrentar e solucionar problemas, e obter mudanças no ambiente social".

Participacão de voluntárias
Podem participar estudantes universitárias de graduação e pós-graduação, de todos os campi da UFSCar -, com 18 anos ou mais, que tenham experienciado algum tipo violência no contexto universitário (atual ou passado) dentro da Instituição ou por parte da comunidade acadêmica. 

É garantido o sigilo de todas as informações e todas as etapas são online. A primeira delas consiste em uma entrevista online para conhecer as participantes e falar sobre informações da intervenção, a ser agendada após preenchimento deste formulário, disponível até o dia 7 de julho. As entrevistas ocorrerão durante os meses de junho e julho. Posteriormente, a intervenção será feita por meio de encontros semanais online, durante oito semanas, por cerca de 1h30, com início previsto para agosto. 

Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail beatrizreisdionisio@gmail.com. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 30880120.7.0000.5504).